Em Hitman, você assume o papel de um matador de aluguel, frio, duro e com nervos de aço. Vestindo um terno preto com uma gravata vermelha e exibindo uma bela e reluzente careca, nosso assassino tem pela frente a importante tarefa de apagar quatro dos mais perigosos indivíduos do planeta: Lee Hong, líder de uma tríade de Hong Kong; Pablo Belisario Ochoa, traficante de drogas colombiano; Frantz Fuchs, terrorista húngaro; e Arkadij “Boris” Jegorov, contrabandista de armas russo que atua na Holanda. Como um matador de sangue frio, não cabe a você questionar quem está do lado do bem ou do mal: seu objetivo é unicamente matar as pessoas designadas, não importando se sejam policiais, mocinhos, bandidos ou cidadãos aparentemente inocentes.
Como visto, Hitman não tem uma história lógica, que vai se desenvolvendo durante a jogatina. Praticamente são fases isoladas que se apresentam com objetivos distintos, e por isso o jogo trouxe um clima bem coerente à realidade de um assassino de aluguel: não existe a tarefa de desvendar acontecimentos ou procurar pistas, matar é tudo.
Logo no início, você é apresentado com um tutorial para “aprender” as situações básicas, e que também pode ser caracterizado como uma pré-missão, uma vez que você está fugindo de um tipo de hospital. Este tutorial, apesar de ter a proposta de ensinar, não exibe sequer uma tarefa que um jogador de ação não saiba fazer. Não existem saltos ou manobras acrobáticas para serem executadas, basicamente é só aprender como manusear as armas. Legal, mas a baixo número de tarefas e ações o caracteriza como fraco, uma vez que o jogador não precisa completar tudo para conseguir passar para a próxima missão. Logo depois, você é designado para viajar para Hong Kong, em busca da cabeça de Lee Hong.
A repetitiva arte de matar
Os objetivos de cada missão são bem variados e criativos, seguindo uma lógica de raciocínio que a maioria dos jogadores, pra não dizer todos, não conseguirá entender na primeira vez em que se joga. Você deverá procurar locais ideais para dar um tiro certeiro com um rifle de longo alcance, analisar a melhor maneira de entrar em um quartel general cheio de capangas, pensar como será mais fácil de atingir suas metas e qual a melhor maneira de matar. Pensar é um fator de extrema importância desde o briefing das missões, onde escolhemos as armas e equipamentos que irão compor nosso quadro bélico, até a execução das fases. Por isso, a necessidade de começar uma mesma missão várias vezes, para ficar familiarizado com as localidades, os objetivos e como alcança-los, é uma coisa muito comum.
É necessário jogar umas 4 ou 5 vezes nas fases mais complexas, e este é o primeiro pecado de Hitman, que pode frustrar muito os mais afoitos. E, para piorar as coisas, não existe a opção de salvar o jogo no meio das missões, o que pode frustrar ainda mais pelo fato de ser comum chegar quase ao final de uma missão e morrer, tendo que jogar tudo novamente. Alguns objetivos são mal descritos, o que gera uma sensação de “será que é isso mesmo que tenho que fazer?”. O jogador, sem pistas, tomará a ação que lhe vier na telha e fatalmente acabará fazendo coisas que não deve, tendo que jogar tudo de novo, desta vez não cometendo o mesmo erro. Até no tutorial isto acontece, uma vez que alguns indivíduos trajados de verde vêm correndo em sua direção para lhe pegar e você fica sem saber se os mata ou não, o que comprometerá a missão.
As mais variadas ações poderão refletir no seu futuro. Por exemplo, a possibilidade de matar pessoas inocentes existe, mas lhe renderá uma dedução no seu salário, pois sua organização te contratou para matar mafiosos, e não para ser uma máquina de aniquilação em massa. Outro exemplo que me surpreendeu em uma determinada fase foi que completei todos os meus objetivos, mas não consegui sucesso na missão por ter alardeado pessoas demais e matado muitos inimigos. Às vezes, o silêncio é o seu maior aliado e selecionar as mortes é uma tarefa necessária.
A inteligência artificial é muito boa, porém sofre de inconstâncias tenebrosas. Andar com uma metralhadora em mãos pela rua com certeza chamará a atenção dos inimigos, em contrapartida, se existir dois inimigos lado a lado e você matar um deles com um rifle sniper, o outro não notará algo de anormal e simplesmente continuará parado como se nada estivesse acontecido. Para se infiltrar nas fortalezas, você deverá matar um capanga, esconder bem o seu corpo e roubar a sua roupa, o que lhe permitirá passar desapercebido por entre os guardas. Esta ação é bem comum de ocorrer, devido à maioria das missões exigirem posturas camufladas e discretas, mas tome cuidado para não ser visto matando com a roupa de um inimigo, senão seu disfarce estará comprometido.
A quantidade de armas que compõem o arsenal de Hitman é bem bacana. São elas: faca, fio de estrangulamento, pistola beretta (silenciada ou não), revólver Desert Eagle, submetralhadoras Uzi e MP5, escopeta, rifles AK 47 e AK 103, metralhadoras M60 e M16A e o desejado rifle sniper, de longo alcance. Além destas, existem outras armas especiais que são encontradas em algumas missões, mas não posso dizer quais são para não perder a graça. O interessante aqui é que os inimigos usam as mesmas armas que você, dando a possibilidade ao jogador de pegar o armamento de um indivíduo oponente quando este estiver morto.
Colombiano drogado xinga sua mãe
A atmosfera do jogo é perfeita. Há muito tempo que não vejo um jogo tão cheio de estilo e personalidade como Hitman. Os ambientes são carregados, a sensação de morte paira no ar, o personagem principal é um homem de poucas palavras, mas rijos colhões, a sensação de angústia ao usar disfarces existe e os criminosos cheiram cocaína ou estão rodeados de prostitutas e capangas mal encarados. Tudo está no seu lugar, perfeitamente, trazendo um clima incrível.
A física é outro quesito de destaque, mas que também apresenta inconstâncias. O movimento dos personagens é muito real, existe um sistema de impacto localizado (tiro na perna machuca, tiro na cabeça mata de primeira) e os inimigos caem mortos em posições diferentes, podendo ficar com os membros dependurados e balançando se seus corpos estiverem na beira de um buraco. Em compensação, existem falhas na detecção de paredes (alguns fantasmas chegam a atravessa-las) e alguns objetos agarram os personagens.
A parte gráfica ficou impecável. O visual é deveras belo, vasto, detalhado e colorido, e exige objetos bem modelados e personagens com diversos tipos de “cara” e roupas diferentes. Os sons também ficaram bem bacanas, principalmente na voz do traficante de drogas colombiano, que te xinga de maricas e filho da p*** com um sotaque espanhol muito engraçado. Demais vozes e barulhos, como os das armas, também estão muito bem representados.
A jogabilidade de Hitman ficou um pouco confusa: adequada nas situações mais amenas, mas impraticável nos tiroteios mais agitados. Ela ainda é prejudicada pelo sistema de câmeras fraco. Como um todo, o jogo teve ótimas idéias que não foram bem executadas. Mas, mesmo tendo diversos problemas, ele é tão cool, imersivo, diferente, belo e divertido, que conseguiu sobrepor os erros.
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Obs: Tradução→GameVicio
Game compativel com o Windows 7.
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