“Long Road Ahead” é o terceiro dois cinco episódios de “The Walking Dead”, adventure point-and-click da Telltale baseado nas HQs de Robert  Kirkman – mais conhecidas do grande público pela série de TV da AMC (transmitidas no Brasil pela Fox).

Em “Long Road Ahead”, Lee Everett e seu grupo de sobreviventes decide abandonar o motel onde se instalaram no começo de “The Walking Dead”  e pegar a estrada, em busca de comida e de um lugar mais seguro. Novos personagens aparecem e o jogador é colocado em uma série de situações difíceis e inesperadas.

Trama envolvente

O ponto alto de “The Walking Dead” é seu enredo e neste terceiro episódio, não é diferente. A Telltale consegue manter o interesse do jogador na aventura de Lee, Clementine e seus colegas no apocalipse zumbi. As relações humanas se aprofundam e escolhas e julgamentos de caráter são constantes.

O conflito entre os personagens, iniciado em “A New Day” ganha profundidade a cada episódio, assim como a relação paternal entre Lee e Clementine. Em “Long Road Ahead” você está tão envolvido na trama que não é Lee quem reage indignado ou se preocupa com o destino dos outros personagens. É o jogador.


Após dois episódios, o jogador estabeleceu laços com seus ‘amigos’ preferidos. E talvez por isso “Long Road Ahead” seja tão impactante: mudanças inesperadas tiram das suas mãos toda a segurança estabelecida anteriormente e preparam o jogador para a escalada final nos episódios seguintes.

Maior variedade de cenários

Em “Long Road Ahead” os sobreviventes pegam a estrada e por conta disso, o episódio oferece uma maior variedade de cenários e situações: além das ruínas de Macon e do motel visitados nos capítulos anteriores, há locações mais abertas para explorar, de lojas abandonadas até acidentes na estrada.

Cada cenário tem seus próprios perigos e revelam detalhes sobre a ambientação de “Walking Dead” que até então não haviam sido abordados no jogo. O ponto alto é a relação dos personagens com os mortos-vivos como uma ameaça constante – e como aos poucos os personagens se tornam mais frios e calculistas, por mera questão de sobrevivência.

Mais situações de jogo

“The Walking Dead” ainda é muito mais uma história interativa do que um game, mas ao menos “Episode 3” oferece mais momentos de jogo. São tiroteios, lutas e puzzles mais constantes. Os controles são bem simples, mas é preciso ser rápido e preciso para não encarar a morte certa.

Mesmo as situações mais complicadas são fáceis de resolver, com um pouco de atenção por parte do jogador, mas as sequências de ação cumprem bem seu papel, de dar um alívio entre os tensos diálogos e discussões que pontuam todo o game.

Pontas soltas no enredo

Por melhor que seja o enredo de “The Walking Dead”, a Telltale parece ter errado um pouco a mão neste terceiro episódio. Logo no começo, Lee fala sobre ataques constantes de bandidos ao motel que serve de acampamento para o grupo – a informação é jogada assim, de repente, sem ser mostrada anteriormente em momento algum.

Certas situações do episódio anterior não parecem ter consequências aqui – fica a dúvida se são apenas escolhas morais sem impacto direto nos acontecimentos, se a Telltale planeja retomar suas escolhas nos próximos episódios ou se a produtora simplesmente deixou passar aquela situação.

Com a adição de novos personagens, fica também a dúvida: haverá tempo para desenvolver todos de forma adequada antes do fim?

Câmera problemática, paredes invisíveis

“The Walking Dead: Long Road Ahead” tem cenários mais abertos do que os episódios anteriores, o que é uma mudança bem vinda. Porém, controlar Lee por essas paisagens demonstra as limitações do motor gráfico da Telltale: paredes invisíveis impedem o personagem de explorar a área da maneira que desejar.

Por exemplo, há um viaduto no game e para passar por baixo dele, você só pode seguir por um dos arcos que o sustentam. O outro arco, ao lado dele, totalmente aberto e bem na sua frente, é bloqueado por uma parede invisível. Caminhe em sua direção e Lee ficará lá, se debatendo com o vazio.

Já a câmera, que no primeiro episódio era próxima demais, não incomoda quase nunca. Infelizmente, ao passar de uma área aberta para uma cabine fechada, a câmera pode continuar lá fora, exibindo um telhado e impossibilitando que você aponte e clique nas coisas que precisa. Pelo menos uma vez durante esta análise, esse tipo de problema me obrigou a sair do jogo e carregar o último ‘save’ para conseguir continuar!